Estadia na Ilha de Moçambique

 

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Os dias dedicados à Ilha de Moçambique, pouco ou nada teriam para oferecer à bicicleta e à sua tormentosa roda traseira.

Já sabia que à partida não iria encontrar qualquer oficina que reparasse o aro estalado. Quanto ao material de reserva, apenas encontraria nos mercados locais, alguns remendos para a câmara-de-ar, artigos de higiene e papas Cerelac.

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Os passeios pelas ruelas da Ilha, davam-me a conhecer um brutal contraste entre os edifícios que haviam sido recuperados e os edifícios que se encontravam à mercê do tempo.

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Por todos os cantos várias crianças brincavam ou regressavam da escola, enquanto outras já se dedicavam à actividade de “operadores turísticos”, voluntariando os seus serviços num inglês de rua, aos brancos que com eles cruzavam.

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Por diversas vezes fui abordado por estes operadores juniores, que não desistiam de me oferecer “tours” pela Ilha. Contudo tal insistência durava apenas até ao momento em que a minha boca proferisse algumas palavras em bom Português, levando os pequenos operadores a soltar um “Xiiiiiii!!!!...” bem prenunciado.

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Os museus e as igrejas encontravam-se bem recuperados e bem apetrechados, ajudando qualquer forasteiro a afigurar como seria a vida na Ilha de Moçambique, séculos antes.

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A famosa Fortaleza, por muitos considerada como cartão-de-visita da Ilha, sofrera trabalhos de restauro recentemente e também se encontrava relativamente bem preservada.

Para pena minha (e talvez de muitos visitantes) a Fortaleza estava desprovida de todos os artefactos de utilização corrente em outros tempos (à excepção dos canhões seculares).

A falta de um guia seguramente ajudou para algumas dúvidas que iam surgindo aquando da minha exploração da Fortaleza.

No entanto com um pouco de fantasia proveniente dos filmes, e alguma imaginação “engenheirística”, lá ia descortinando (bem ou mal) para que serviam as várias galerias da Fortaleza, assim como funcionava o sistema de reserva e abastecimento de água.

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Tal como era hábito em todas as populações perto da costa, as actividades ligadas ao mar eram bem visíveis por toda a parte.

Desde a apanha manual de bivalves, passando pela pesca em pequenas canoas até à pesca em embarcações de maior dimensão.

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Ao largo da Ilha de Moçambique, habitava uma outra ilha. Esta era (quase) completamente desabitada e era conhecida como a Ilha do Farol. Nela estava instalado um majestoso farol de forma quadrangular, construído na época colonial. Infelizmente o farol encontrava-se praticamente ao abandono, sendo apenas ocupado pelo faroleiro.

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Curiosamente, aquando da visita ao referido marco costeiro, o faroleiro não se encontrava no local deixando o farol à guarda de um dos seus amigos. Este ao verificar que um grupo de turistas se aproximava do local, automaticamente aperaltou o seu nariz e exigiu uma avultada soma de dinheiro para permitir a entrada e subida ao farol.

No entanto, para azar do jovem oportunista, o único estrangeiro que queria visitar o farol era eu! Os restantes passageiros do barco que nos levou à ilha eram Moçambicanos, que não mediram esforços para soltar algumas verdades ao guardião da chave. Celeuma ultrapassada, avançámos (a custo zero) para a longa escadaria que nos levaria até ao topo do farol, onde deslumbrámo-nos com a maravilhosa vista que este local nos proporcionava.

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Aquando da minha estadia na Ilha de Moçambique, havia solucionado o problema com o meu visto no país. O Zico, um dos meus novos amigos da praia das Chocas, voluntariara-se para levar o meu passaporte a Nampula e assim dar entrada do processo de prorrogação do visto. Com isto eu ficaria descansado por mais 30 dias e acabaria por colocar em cima da mesa a hipótese de regressar a Chocas-Mar para mais uns dias de pura “molenguisse”.

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2 comentários:

  1. Pedro,
    Essa última foto está o máximo!

    Beijinhos, maribel.

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  2. Se houvesse um botão de "like", usava-o várias vezes seguidas :P
    S.C.

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