Zâmbia Fase III – 3º Dia (Mvuu Lodge – Zambezi Breezers)

 

Acordei no mesmo sítio onde adormecera na noite anterior, ou seja no sofá do bar.

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Levantei-me por fases pois não conseguia esticar as pernas. Em primeiro lugar, sentei-me. Esperei um pouco até que a circulação sanguínea dos membros inferiores voltasse a funcionar e por último coloquei-me de pé.

Tinha as pernas dormentes e não queria acabar no meio do chão quando tentasse dar o primeiro passo.

Dirigi-me ao varandim do bar para contemplar o “nascer-do-sol” para logo de seguida arrumar as “mantas” no armário de onde as havia retirado.

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Pouco depois apareceram os primeiros funcionários.

- Bom dia! Acordou cedo. – Disse o responsável do restaurante sem fazer a mínima ideia onde eu passara a noite.

- Pois… gosto de ver o “nascer-do-sol” – Esclareci.

Tomei um ligeiro pequeno-almoço sobre o Zambeze enquanto planeava o meu dia.

DSCF4649 Se eu não conseguisse realizar o safari durante o dia, de nada adiantava permanecer na Mvuu Lodge pois de bicicleta não podia visitar o parque.

 

 

Eu continuava a ser o único cliente da pensão e a probabilidade de aparecer alguém para preencher os lugares vazios da viatura de safaris era bastante baixa.

Após mais de uma hora de negociações e telefonemas para o Zimbabué (onde estavam os proprietários da pensão), consegui um mini-safari sem que tivesse que pagar mais por ser o único passageiro.

DSC00494Iniciámos o mini-safari às 10h36 para regressarmos à base cerca de 90 minutos depois.

Não vi nenhum leão…

 

Preparei uma dose de esparguete instantâneo e enquanto saboreava o meu delicioso cozinhado, meditava sobre o regresso à Breezers Lodge nessa mesma tarde.

Pela frente teria apenas 58kms os quais percorreria facilmente. O único entrave que poderia surgir era o batelão. Desconhecia por completo qual o horário de fecho da barcaça.

Como que por impulso instintivo decidi preparar a trouxa, coloca-la em cima da bicicleta, pagar a conta e iniciar viagem.

Apeteceu-me contestar a factura quando vi descriminado “Dormida em Tenda” e “Safari”, pois eu não havia dormido em tenda.

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Mas acabei por estar calado, não fosse a “Dormida no Sofá do Bar” ser mais cara que a “Dormida em Tenda”.

 

Iniciei a etapa pouco depois das 13h00. Apesar do calor que se fazia sentir pedalava com ânimo e ansioso por chegar ao destino.

Enquanto cursava atento a DSCF4658pegadas de elefantes, eis que avisto um animal de 6 toneladas a correr ao meu lado.

Estava a uns 10 metros do meu lado esquerdo e corria a 45o com a minha trajectória, partindo tudo o que surgisse na sua frente.

Abrandei a marcha e deixei passar o “pesado”. Vi-o cruzar a estrada diante mim e a poucos metros de distância, para logo de seguida desaparecer no meio do mato.

Reiniciei a pedalada sempre atento ao local onde o elefante havia desaparecido, não fosse este fazer alguma inversão de marcha. No entanto não seria este elemento o causador da minha dor de cabeça, mas sim os 4 ou 5 membros do grupo que estavam ao longo da estrada do meu lado direito.

Apesar de não conseguir ver os restantes elefantes, eu era forçado a sentir a sua forte presença a escassos metros de mim. Assustados pela minha passagem, começaram a correr partindo todos os galhos à sua volta.

Continuei a pedalar acelerando o ritmo, sempre na esperança que nenhum deles se decidisse a correr para o meio da estrada ou a correr atrás da bicicleta.

Pouco depois passava o portão da reserva.DSCF4660Estava livre de encontros estranhos.

Podia agora voltar a colocar os auscultadores nos ouvidos e deixar o iPod impor a cadência aos pedais.

 

 

Mais uma vez a alegria não ia durar muito tempo. Vinte minutos depois de passar a divisa da reserva fui obrigado a encostar a bicicleta devido a um pneu furado. DSCF4661 Não me estava a apetecer perder muito tempo a reparar o pneu, ainda mais sabendo do constrangimento relativo ao horário do batelão. Preferi o uso do spray de reparação e continuar viagem quanto antes.

Poucos minutos antes das 16h20 chegava à margem do rio Kafue, mesmo a tempo de ver o batelão partir para o outro lado.

A princípio temi que fosse a última viagem da barcaça obrigando-me a passar a noite neste lado do rio, mas após alguns minutos chegaram mais passageiros esmorecendo-me as dúvidas.

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Esperei quase 40 minutos para que o batelão se decidisse a passar para este lado do rio. Depois foi só uma questão de aguardar o embarque de todos os passageiros e partir em direcção à outra margem.

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Pedalava agora os últimos quilómetros de regresso à Breezers Lodge, com o pôr-do-sol nas minhas costas.

Pela terceira vez passava pela “ponte” de sacos de areia, a qual já conseguia atravessar sem colocar os pés no chão.

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Às 17h30 dava entrada na Breezers Lodge onde fui novamente bem recebido pela Anne-Marie e pelo Jay.

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Desde que deixara a Breezers Lodge (no dia anterior), nada mudara.

As personagens principais continuavam a desempenhar o seu papel:

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-O pequeno mas destemido Guiness… sempre atento aos hipopótamos;

 

 

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- A cadela tripé a descansar as suas três patas;

 

 

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- E o aparador da relva que não se cansava de fazer barulho à volta do meu quarto;

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